segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Além dos nossos horizontes...

E quando eu for embora te deixarei meus pensamentos loucos,poucos,absortos,tortos,infinitos,intensos,pequenos e imensos...




No meu diário os contos reais
de uma história cheia de pontos finais mal colocados...
Como me pediste,não partirei sem resquícios,
deixarei nas entrelinhas os meus amores para sempre que precisares ler, esteja ao teu alcance
Sem jamais que os outros percebam...

Deixarei meus rastros pelos ares
Para que depois que eu for,encontre-me em qualquer vento...

Deixarei exposta a forma como meu corpo chama pelo teu nos desenhos das nuvens
Para lembrares nas noites de inverno como meu corpo respondia ao teu...

Deixarei as ambiguidades e as redundâncias nos versos de cada estrofe
Para que sintas na tua pele a forma do meu carinho: intenso e repetente...

Deixarei no copo em que bebes o vinho,o gosto da minha boca
Para quando lá teus lábios tocarem,lembrarem da sede que provoca a falta dos beijos meus...

Gritarei metáforas,sinestesias e hipérboles aos sete ventos
Para nunca duvidares do sentimento que te mostrei e dei...
Escreverei versos intensos e provocantes na tua agenda
Para que nas noites em que estiveres longe,saberes que ainda me tens
Serei a brisa no teu rosto nos teus momentos mais tortos...
Para não pensares nunca que te deixei...


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Descompassados

Esqueceu do que sentia... Foi por um triz, sucumbiu aos pedidos do corpo...




Me despiu com o olhar
Engolindo cada parte de mim
E prosseguiu...
Olhos turvos
Mãos quentes
Frases poucas
Sinceras até onde o desejo deixava.
O coração batia no mesmo ritmo...
A respiração acelerada e compassada
Unida da mesma forma
Tuas mãos por entre minhas roupas invadia não só meu ser...
Os carinhos me embalavam como numa música sutil
Os arrepios que iam e vinham,iam e vinham...
Em desalinho...
O afago acompanhava a cadência do prazer
As mãos que deslizam suaves por entre o tecido
Vão até onde podem chegar,
Mas não alcançam onde desejam ir

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Amor Imperativo

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." 
Clarice Lispector 


Anda!
Toma este ônibus na tua porta,venha para minha cidade
E me invade...

Anda!
Leve meu corpo para longe de mim
E manda teu corpo se entregar...

Trama!
Tece essa sua cama
E me ame...

Trama!
Invente uma estória que me inclua
E mande a cena entrar no ar...

Calma!
Creia no sentimento que te sinto
Não tenhas medo...

Ama!
Será melhor que o querer
Mate a saudade com o olhar
Mate a fome da ausência com a tua mais intensa presença

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Inércia Dos Corpos

Nem sempre a razão coincide com os desejos do corpo...da alma...




Sairei hoje
Para não perder-me dentro de mim
Para não inundar-me na lembrança do teu corpo
Beijarei outros lábios para apagar teu gosto da minha boca
Dançarei uma nova música para que meus ouvidos esqueçam aquela nossa velha canção...
Hoje vou me perder lá fora para não me perder aqui dentro

Verei faces que antes nunca vi,
E nunca mais verei novamente um outro dia...
Hoje por um instante esquecerei que ainda sou tua mesmo sem me ter
Esquecerei que estou no seu domínio sentimental,mesmo estando longe...
Vou acabar e iniciar,
Ver um fim para um começo
Um começo para um fim.

Hoje acreditarei que tenho muito tempo...
Esquecer que um dia teu corpo me esperava na cama quente
Não lembrarei do teu afago naquela noite estranha...
Dos teus beijos na madrugada fria e escura
Hoje a noite não haverá ninguém para me oferecer suas luvas
Não haverá nenhum casaco que se disponha para o meu frio
Hoje a noite não sentirei aquele mesmo arrepio
Não voltaremos àquela velha questão...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

‘S’ De Saudade,’S’ De "Vó"(21/1/2009)

Um ano e alguns dias sem tua presença e parece que foi ontem que chorava por tê-la perdido...




Percebo agora como tudo é tão vulnerável...
O raio não cai somente na casa do vizinho
Hoje,mais uma vez,vejo o cinza
Vejo tudo em preto e branco

Relembro sorrisos com lágrimas nos olhos
Tento fugir do inevitável
Transformar fraqueza em força
Mas a dor endógena me toma...

Nesse mundo há explicações que não consigo entender
Há respostas que não posso dar
Hoje é mais um dia que faltam palavras para serem ditas...
Somente o vazio...o silêncio

Ela se foi
E deixou muito aqui...
Sai da vida,torna-se uma boa lembrança
Deixando saudade imensurável em quem aqui continua...

Hoje queria estar longe
Mas não adiantaria
Esses são sentimentos que nos acompanham...
Que nos cercam...

Não verei mais teus olhos doces...
Não te encontrarei na ponta da mesa nos almoços de domingo
Não terei que pedir desculpas pelo atraso no lanche da tarde
Nunca mais sentirei teu afago em meu cabelo...

Não sentirei mais o gostinho do teu arroz...
Não darei mais gargalhadas com as pérolas que dizia
Não verei mais tua mão estendida a quem precisasse
Nunca mais sentirei o cheirinho de "vó" pela casa...

Hoje desejava entender melhor a vida
Para quem sabe amenizar a dor
Desejava estar composta e firme
Ter a força que preciso e não tenho...

Daqui alguns minutos
Meus olhos verão o que não desejam ver
Meu coração notará de fato a dor da perda
E minhas retinas verterão lágrimas de uma forma que não suporto...

Deixo meu até breve
O meu: eu te amo vó
A minha saudade...
E a certeza que serás lembrada por toda vida
Sant´Ana...