quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Por entre as nuvens (Em estado de graça)

"A verdade do mundo é impalpável."
Clarice Lispector


"Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único..."
John Lennon




Desejava escrever sobre o amor de Bob Marley
Sobre as águas de março, sobre a bandeira do arco íris,
Sobre Jimi, sobre Janis...

Sentir bem de perto cada verso intenso de Lispector...
Seu paradoxo coerente,
Sua normal mente brilhante

Desejava ter o amor infinito...
Ser a Anna Julia de Camelo, a Dani de Coelho,
Joana, Camila, Aline, a garota de Ipanema...

Mas sou apenas Natália,
Que entre pesticidas e tragédias radioativas intitula uma bela canção de Renato,
O Trovador Solitário.

Desejava dançar os versos, a doçura de Vinícius, de Vercilo...
Deslumbrar o ideal de Tico, sendo luz e nessa luz me movendo
Sempre, e sempre em frente...

Desfragmentar o sonho, a paz de Lennon e Yoko,
Distribuindo ao mundo as rosas de Ana, Samuel, Noé
Ou até mesmo da morena prosa...

Desejava andar pelas areias brancas no verão de Tom Jobim
E me perder no samba de Rita, Cássia,
Diogo, Ari, Tremendão!

Espiar pelo buraco da fechadura a poesia do nosso anjo pornográfico...
Salve Nelson!
Salve Ari Barbosa, com todos seus paradoxos e bom humor.

Desejava pintar a emoção de Elis
Em meio à técnica e lágrima deslumbrava o mundo...
Desvendar a arte escondida de Bob Dylan,indo além de suas notas e contestações...

Desejava os momentos bons de Chico deixando de lado suas horas más.
Ser sobrevivente como Drummond,
Colorindo versos, saudando a boa infância, o bom amor...

Desejava a beleza, a clareza, a energia dos mantras...
Om tare tu tare ture soha!
Ter a alma imensa como Pessoa fazendo assim tudo valer apena...

Desejava a solução de cada problema
A resposta para cada pergunta
A união de todos os seres

E o mundo como um só

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tardes Cinzas

O colorido do mundo acabou,nossa sala vermelha agora está em preto e branco.Não há mais nada que eu queira fazer a não ser conseguir parar de pensar no que foi e começar enxergar o que virá...



A paz que sentia por um instante passou
A Loucura que me tomava por todos os poros deixou de ser fulgás
A dúvida que me perseguia por toda a vida caiu
A incerteza que me move todos os dias me abandonou.

Estive analisando em quantos planos esta vida foi dividida...
Quantos sorrisos foram dados para esconder a lágrima que caia,
Quantas canções foram tocadas no momento errado,
Quantos sonhos foram dispensados...
                                      Dilacerados...
                                      Despedaçados...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Esmalte Vermelho

Fagulhando desejos em cores, para o amor... que fique com as flores!




Primeiro é o olhar,
Depois o toque...
A constatação de que as peles unidas inflamam
e nesse frio que faz o seu calor acalenta,
Deve fazer bem...


Depois é o afago,
O ritmo do beijo...
A busca pelo sentir exato no movimento perfeito
Explorar cada parte ,
Encontrar o sentido inexato na flamejante exatidão.